quinta-feira, 22 de julho de 2010

CURRÍCULO


Segundo a Proposta Curricular da Educação Infantil/2009 da SME de Campinas:                    
 A Educação Infantil se dá em diversos espaços que se transformam e dinamizam, nas relações entre diversos sujeitos - crianças, profissionais, familiares, tendo em vista ampliar suas possibilidades, e ainda, o desenvolvimento de trabalho por “projetos” contribui de forma profícua com a qualidade da Educação Infantil. 
                          Os projetos com crianças pequenas envolvem incalculáveis possibilidades, desde sorriso, aceno, até sombra, barranco, chave, rio, tesouro, cágado, filhote, inseto, fruta, caixa, elementos da natureza, diferentes culturas. Podem durar alguns minutos, algumas horas, alguns dias, alguns meses, ano inteiro.   Cabe uma escuta, um olhar atento para se saber o que é tematizado para o projeto e também quando não há como avançar. É importante ainda salientar que cada projeto sempre se consubstancia em um produto, o qual nunca é mais importante que o processo. 
                       Com essa abordagem pretende-se referendar uma concepção de educação infantil que não seja focada em “brincar por brincar” e nem tampouco em uma “escolarização precoce”. Assim, elabora-se uma proposta educacional para a Educação Infantil que aponta a todos os educadores a oportunidade de se compreenderem em seu desenvolvimento profissional, de atuarem com intencionalidade numa prática pedagógica que favorece e compreende o brincar, da mesma forma que compreende e favorece práticas educativas organizadas com crianças que se constituem nas múltiplas linguagens, no mundo letrado, na cultura humana.
                          Não se considera que a criança possa ser dividida, compartimentalizada, assim quem cuida educa e quem educa cuida, em processos não dicotômicos na constituição do trabalho educativo com crianças.
                                  A Educação Infantil, deve se dá então em diversos espaços que se transformam e dinamizam, nas relações entre diversos sujeitos - crianças, profissionais, familiares, tendo em vista ampliar suas possibilidades, e ainda, contribuir no desenvolvimento de forma profícua  na qualidade da Educação Infantil. 

Aguardem mais tópicos em Currículo em próximos posts...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ATIVIDADES PARA CRIANÇAS PEQUENINAS...

É IMPORTANTE EXPLORAR MUITO BEM TODOS OS ESPAÇOS, ESGOTANDO POSSIBILIDADES DE ATIVIDADES, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS.
A INTENÇÃO É USAR MAIS ÁREAS EXTERNAS E MENOS A SALA.
• ESCONDE-ESCONDE: com tecidos, cabaninhas, janelas das casinhas, objetos que podem ser escondidos, mesa (encima/em baixo).
• CAIXA DE TECIDOS: brincando com pedaços de tecidos variados e coloridos, que podem ser levados para os espaços e brincar de boneca (enrolando), amarrando na cintura, na cabeça, venda nos olhos, inventando fantasias.
• INTEGRAÇÃO ENTRE AGRUPAMENTOS: oportunizar em algum momento da semana a integração entre crianças pequenas e maiores, em espaço adequado para brincar de roda , cantar, contar histórias com fantoches...
• AREIA: TEMOS 3 MONITORES COM AS CRIANÇAS PARA SENTAR NA AREIA (UM EM CADA CANTO), TIRAR O SAPATO, PEGAR O BRINQUEDO E OPORTUNIZAR 3 BRINCADEIRAS DIFERENTES NO MESMO MOMENTO. Panelinha, sucata, bolinha de sabão, sucata, chocalho de garrafinha, bolas. Fazer riozinho de água, garagem de carrinho, castelo de areia, bolo de aniversário, cabaninhas, pazinha e potinho com garrafinha pet, caixinhas de leite...
• TARTARUGAS DE TANQUINHOS que pode ser colocado dentro: brinquedos de encaixe, bolinhas pequenas, carrinhos, água com objetos flutuantes ou não, pó de fubá ou farinha, sagu, macarrão (cru), pipoca...
 BOLINHA DE SABÃO: (ÁGUA, DETERGENTE E AÇUCAR) com aros grandes para as crianças manusearem em bacias ou nas tartarugas do galpão.
• CAIXA COM CARRINHOS: amarrados com barbantes nas pontas para as crianças puxarem. É importante brincar com o imaginário, podemos puxar garrafas ou outros objetos e imaginar o faz de conta de carrinho, cachorro, gatinho..., criar carrinhos com pet. Brinquedos simples permite viagem, imaginação.
• GIZ DE LOUSA: fazer desenhos grandes no chão, percurso de carrinhos, formas geométricas, circuitos com obstáculos para a criança passar; desenhos na lousa do galpão...
• CAIXAS GRANDES DE PAPELÃO: para a criança entrar, olhar por buraquinhos, imaginar que está num carro, num barco...
• BONECAS: ninar, dar comidinha, brincar de roda, sentar, andar segurando o bracinho, trocar a roupinha, beijar, abraçar...
• MODELAGEM: com massinha caseira, argila, gesso (bolinha, minhoquinha, bichinho...).
• CASINHA : é possível articular outras atividades, uma monitora se vestir de um personagem infantil, colocar uma máscara, para brincar junto. Fazer comidinha de verdade com os utensílios da cozinha- copinhos com suco (limão, maracujá...); panelinhas e pratinhos com pipoca, macarrão, sagu ou milho cozido, frutinhas do pomar, saladinha da horta...
• DEDOCHES: pintar os dedos com carinhas (adultos e crianças) e fantoches prontos para encenar histórias, musiquinhas, conversas, regras...
• RODA CANTADA: com corpo e movimentos, gestos, caretas, sons, sempre variando o modo de estar sentado ou em pé, dramatizar ( crianças são sementes dormindo).
• GIZÃO DE CERA: desenhos livres em superfícies grandes, em diferentes texturas (áspero, liso, mole, duro...).
• VARAL DE SONS: objetos diferentes pendurados num varal que as crianças alcancem e que produzem sons diferentes (agudos ou graves, altos ou baixos), guizos, acrílicos, madeiras, metais, plásticos... É possível encher garrafas com água colorida e diferentes quantidades XILOFONE.
• BANDINHA: podemos brincar e usar um instrumento de cada vez percebendo o som de cada um e depois juntos acompanhando musiquinhas. Expor às crianças instrumentos rítmicos (chocalhos com pet, duas caixas juntas).
 PINTURA: com tinta caseira, com mãos e/ou pés, diferentes pincéis, brochas, escovas, espumas, buchas, vassoura velha, carimbos de legumes e também pode ser feito na parede azul do parque, pois é lavável; em papéis grandes (de rolo) abertos no chão.
• BOLA: jogar para o outro, para o alto, bater, rolar, esconder, boliche, de diferentes tamanhos (de meias, de papel, isopor...) e texturas...
• BAMBOLÊ: girar, passar dentro, pisar dentro, fora e em cima, entrelaçar nas crianças no trem...
• TÚNEL DE TECIDO: onde as crianças passam por dentro e podemos fazer a brincadeira – Passa Passa Cavaleiro, A história da serpente...
• ÁGUA: brincar na água com objetos que permitem.
• CORDA: andar encima, passar por cima e por baixo, sentir sua textura, pular, passear segurando a corda imitando uma cobra ou um trem.
• IMAGENS: figuras grandes coladas em papelão e plastificadas, usadas para desenvolver a linguagem nomeando, contando história, relacionando com objetos, teatro de sombras...
• RECORTE A DEDO: rasgando revistas para desenvolver a coordenação motora fina – habilidade...
• LIVROS DE HISTÓRIAS: contar a historinha, mostrar os personagens, os objetos, as cores, os animais, fantoches, relacionar com musiquinhas, parlendas ou versinhos...
• CAVALOS MARINHOS: balançar, trotar, cantar...
• TELEFONES DE BRINQUEDOS...
• DANÇAR...
• IMITAR SONS DE OBJETOS...
• REVISTAS PARA OLHAR...
 ÍMÃS DE GELADEIRA: que podemos brincar e contar histórias no armário de aço, teatrinho...
• PRENDEDORES DE ROUPA: jogue numa lata e depois prenda com as crianças na sua borda.
• ENTRAR E SAIR DE ESPAÇOS DIVERSOS: lembrar dos materiais e espaços que educam.
• OBSTÁCULOS: fazer diversos planos para objetos rolar, pular, caixas vazias para brincar de carrinhos e outras caixas temáticas.
• SUCATA: embalagens com tampas de roscas. Cordão com pet amarrada e com diferentes objetos dentro.
• AQUÁRIO: pet cheia de água...
• BRINQUEDOS:para martelar e empilhar, com guizo dentro, flutuantes, blocos ilustrados,fios com contas, trapézios para berço, pra puxar e empurrar, pequenos e desmontáveis, copos ou caixas que se encaixam umas nas outras, blocos e argolas de empilhar, musicais...
• LIVROS: de rimas, estribilhos e ilustrações.
• BLOCOS LÓGICOS: montar prédios, circuitos, cidadezinhas...
• BICHOS PLÁSTICOS: montar um cenário de fazendinha, imitar os sons dos animais, cantar músicas de animais...
• QUEBRA-CABEÇA SIMPLES:( + de 18 meses)
TODOS TEMOS QUE TER ACESSO, CRIATIVIDADE, INICIATIVA, AGILIDADE E DISPONIBILIDADE PARA USARMOS E ABUSARMOS DOS BRINQUEDOS E ESPAÇOS DA UNIDADE.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

BRINCAR É COISA SÉRIA!

Aprender a “ler o mundo”, é uma maneira que torna a criança mais interessada e conseqüentemente, mais permeável à aprendizagem da leitura e da escrita.

Na pré-escola, no dia a dia da sala de aula a alfabetização é um processo completo e complexo onde antes mesmo disso tudo a criança, curiosa, começa a explorar o mundo ao seu redor e é estimulada para isso assumindo sua identidade como ser no mundo, passando a integrar-se de forma satisfatória com ele, conhecendo-se e conhecendo os outros sujeitos, assim como ao ambiente, de forma a garantir uma convivência harmônica e produtiva.

E para que Ler, não se resuma a exercícios programados com objetivo único de garantir o domínio da técnica da leitura da palavra, e o Escrever, não seja só dominar a gramática, o Brincar é de suma importância na vida da criança, sendo que com brincadeiras e jogos há um desenvolvimento cognitivo e sensório-motor; com isso texto e contexto têm significativamente relação e a criança compreende satisfatoriamente o conhecimento ao qual o texto se refere, tendo domínio do que escreve (texto) e do que lê (contexto).

Sendo que para essa relação, a alfabetização tem de ser de forma interdisciplinar, para que não aconteça da criança escrever sobre “nada” e ler textos sem sentido.

É interrogando, duvidando, questionando, discutindo e avaliando seu mundo que a criança aprende a conhecê-lo. E não o faz sozinho, mas numa interação constante com os colegas, a professora e a família, envolvidos nesse processo de crescimento e transformação. É brincando que se inicia a construção de todos os conhecimentos.

Investir no lúdico é uma forma de interessar e envolver a criança no processo ensino/aprendizagem. Ela está aberta para receber. Brincadeiras são estímulos que ajudam o aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões sensoriais do cérebro.

Até os dois anos há um processo de compreensão “intelectual” das frases, onde a criança começa a trabalhar os sentidos das palavras, a verbalizar raciocínios. Quanto mais vocábulos a criança ouve, mais rica será sua expressividade lingüística na fase adulta.

Até os cinco anos as crianças desenvolvem a percepção de formas, ou seja, a linguagem entra em rede com a habilidade motora. A linguagem organiza as ações que passam a ser intencionais. Também nessa fase iniciam os jogos simbólicos.

Ex: Quando um menino se veste de Batman, ele é o próprio Batman.

A partir dos cinco ou seis anos é o momento do desenvolvimento, em que o cérebro da criança começa a se especializar. Lateralidade e direcionalidade.É o momento de orientar o corpo no espaço.

Para Gisela Wajskop (1995), Brincar é um exercício espontâneo, a interferência do adulto deve ser mínima.

Brincando, a criança aprende a lidar com o mundo e forma sua personalidade. Recria situações do cotidiano e experimenta sentimentos básicos, como o amor e o medo. Exercitam o faz-de-conta, que é fundamental para o ser humano.

Até mesmo na quinta-série, os alunos deveriam ter tempo e espaço para brincar. Como hoje quase não se brinca na rua, a escola tem o dever de preservar esse direito da infância.

É importante que a criança brinque de forma espontânea e autônoma, onde as coisas deixam de ter sua função real e se transformam (Faz-de-conta). O professor não deve interferir em três aspectos: o tema, o papel que o aluno representa e a linguagem que ele usa para expressar sua fantasia. O controle do adulto precisa ser mínimo. Ele deve apenas criar condições para que as crianças brinquem.

Para que haja futuramente uma boa aprendizagem na leitura e escrita é importante também o uso do jogo didático, que é uma brincadeira simulada pelo professor, onde há regras e seduz a criança para a atividade ao qual se quer ensinar um conteúdo.

A partir do Brincar, é estimulado a criatividade e o hábito da leitura. Liberdade é idéia básica para que se tenha sucesso na aprendizagem.

Enquanto brincam, as crianças se expressam livremente e tornam estáveis os diferentes saberes, atitudes, conceitos, comportamentos, características e particularidades do acervo sócio-afetivo e cultural com o qual se defrontam diariamente, seja de forma sistematizada ou ocasional.

Alessandra Quaresma