quinta-feira, 15 de julho de 2010

BRINCAR É COISA SÉRIA!

Aprender a “ler o mundo”, é uma maneira que torna a criança mais interessada e conseqüentemente, mais permeável à aprendizagem da leitura e da escrita.

Na pré-escola, no dia a dia da sala de aula a alfabetização é um processo completo e complexo onde antes mesmo disso tudo a criança, curiosa, começa a explorar o mundo ao seu redor e é estimulada para isso assumindo sua identidade como ser no mundo, passando a integrar-se de forma satisfatória com ele, conhecendo-se e conhecendo os outros sujeitos, assim como ao ambiente, de forma a garantir uma convivência harmônica e produtiva.

E para que Ler, não se resuma a exercícios programados com objetivo único de garantir o domínio da técnica da leitura da palavra, e o Escrever, não seja só dominar a gramática, o Brincar é de suma importância na vida da criança, sendo que com brincadeiras e jogos há um desenvolvimento cognitivo e sensório-motor; com isso texto e contexto têm significativamente relação e a criança compreende satisfatoriamente o conhecimento ao qual o texto se refere, tendo domínio do que escreve (texto) e do que lê (contexto).

Sendo que para essa relação, a alfabetização tem de ser de forma interdisciplinar, para que não aconteça da criança escrever sobre “nada” e ler textos sem sentido.

É interrogando, duvidando, questionando, discutindo e avaliando seu mundo que a criança aprende a conhecê-lo. E não o faz sozinho, mas numa interação constante com os colegas, a professora e a família, envolvidos nesse processo de crescimento e transformação. É brincando que se inicia a construção de todos os conhecimentos.

Investir no lúdico é uma forma de interessar e envolver a criança no processo ensino/aprendizagem. Ela está aberta para receber. Brincadeiras são estímulos que ajudam o aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões sensoriais do cérebro.

Até os dois anos há um processo de compreensão “intelectual” das frases, onde a criança começa a trabalhar os sentidos das palavras, a verbalizar raciocínios. Quanto mais vocábulos a criança ouve, mais rica será sua expressividade lingüística na fase adulta.

Até os cinco anos as crianças desenvolvem a percepção de formas, ou seja, a linguagem entra em rede com a habilidade motora. A linguagem organiza as ações que passam a ser intencionais. Também nessa fase iniciam os jogos simbólicos.

Ex: Quando um menino se veste de Batman, ele é o próprio Batman.

A partir dos cinco ou seis anos é o momento do desenvolvimento, em que o cérebro da criança começa a se especializar. Lateralidade e direcionalidade.É o momento de orientar o corpo no espaço.

Para Gisela Wajskop (1995), Brincar é um exercício espontâneo, a interferência do adulto deve ser mínima.

Brincando, a criança aprende a lidar com o mundo e forma sua personalidade. Recria situações do cotidiano e experimenta sentimentos básicos, como o amor e o medo. Exercitam o faz-de-conta, que é fundamental para o ser humano.

Até mesmo na quinta-série, os alunos deveriam ter tempo e espaço para brincar. Como hoje quase não se brinca na rua, a escola tem o dever de preservar esse direito da infância.

É importante que a criança brinque de forma espontânea e autônoma, onde as coisas deixam de ter sua função real e se transformam (Faz-de-conta). O professor não deve interferir em três aspectos: o tema, o papel que o aluno representa e a linguagem que ele usa para expressar sua fantasia. O controle do adulto precisa ser mínimo. Ele deve apenas criar condições para que as crianças brinquem.

Para que haja futuramente uma boa aprendizagem na leitura e escrita é importante também o uso do jogo didático, que é uma brincadeira simulada pelo professor, onde há regras e seduz a criança para a atividade ao qual se quer ensinar um conteúdo.

A partir do Brincar, é estimulado a criatividade e o hábito da leitura. Liberdade é idéia básica para que se tenha sucesso na aprendizagem.

Enquanto brincam, as crianças se expressam livremente e tornam estáveis os diferentes saberes, atitudes, conceitos, comportamentos, características e particularidades do acervo sócio-afetivo e cultural com o qual se defrontam diariamente, seja de forma sistematizada ou ocasional.

Alessandra Quaresma

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