Psicanalista e educadora trata da construção da prática educacional
Como construir em conjunto com a criança a prática educacional. Este foi o tema apresentado pela conferencista Maria Eugênia Camolesi Nabuco na palestra com o tema “Reinventar a prática”, no terceiro dia do Congresso Internacional da Pedagogia dos Sentidos, no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes, na manhã desta terça-feira, dia 17 de agosto.
Psicanalista, professora doutora da Université René Descartes, autora de livros e artigos sobre o assunto, além de ter sido conferencista no Encontros Internacionais sobre Educação Inclusiva e Colóquios sobre os Problemas Sociais da Contemporaneidade-desafio da interdisplinariedade.
Maria Eugênia falou sobre o risco de se perder a criança como sujeito, uma vez aplicado um método errado. De acordo com ela, a individualidade deve ser respeitada, “cada sujeito tem uma identidade que lhe é própria e isso dita as práticas educacionais, tanto da parte do professor quanto do aluno. É preciso se pensar numa prática linear construída através da observação do comportamento” explicou a psicanalista.
Uma questão importante para o debate é que muitos educadores se sentem despreparados para fazer a inclusão, como a discussão sobre a formação do professor para crianças com deficiência. “Eles (os professores) costumam dizer que não estão preparados para fazer a inclusão, não sabem como receber a criança. Essa preocupação também existe na França. É preciso construir novas práticas” afirma.
Para ela, o processo de transmissão do conhecimento precisa partir de uma relação de interesse, de com troca com a criança. Para ilustrar, a psicanalista trouxe vídeos e fotos do centro (um ateliê) onde desenvolve um trabalho na França tendo a pintura como produção cultural e sentido para o encontro e a socialização.
O anonimato do desejo foi outro tema abordado pela conferencista. A explicação para o termo seria como uma “profissionalização do relacionamento”, quando as relações tornam-se mecânicas e vazias. Isso acontece também nas escolas “As instituições podem ser devastadoras para o ser humano. É preciso pensar como construir uma prática a partir do relacionamento” pondera.
Janaína do Amaral
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